23.julho.2018 | por: Administrador
LiderançaLiderança Disruptiva: Transpondo Limites
Hoje, como consultor, e com um olhar após mais de 35 anos lidando com pessoas nas mais diversas áreas, e de uma multiplicidade de perfis comportamentais, eu vejo que a liderança disruptiva, como um posicionamento, uma maneira de ocupar espaços, não sendo submisso ao que já é dado, ao comum não é algo inerente a este tempo somente. Ela sempre foi necessária, mas não questionada.
Em todas as áreas em que trabalhei, sempre foi ponto focal a inserção do pensamento em projetar-se um modelo de liderança onde todos fossem capazes de se alternarem na liderança de determinada tarefa.
Quando atuei como Observador da ONU, já era regra o trabalho da equipe em sistema de “no-rank”, onde o líder da equipe era aquele que teria melhor condições de alcançar o objetivo, fosse uma negociação, inspeção ou simplesmente uma reunião com locais.
A realidade ainda hoje, é que essa liderança disruptiva não está ligada tão e somente ao aspecto da inovação, onde lê-se que o “novo” tem melhores condições que o “velho”; mas sim aquele que tem a maturidade de realizar a tarefa naquele preciso momento.
Em maturidade entenda-se a capacidade de realizar, com foco em todos os aspectos envolvidos, na conexão envolvida em um alto senso de cumprimento de missão, fazendo aquilo que nos parece óbvio: olhar para quem está a nossa frente como outro ser humano, não como uma ferramenta sem vida e superveniente a cumprir ordens.
Essa maturidade é construída no dia-a-dia, em pequenos detalhes, buscando o melhor caminho, com o menor risco de cair muitas vezes, que levará a um lugar melhor (seja ele concreto ou não).
A era digital também vem atingindo o modelo de liderança que estamos habituados. As organizações têm buscado novos modelos que estejam sintonizados com o “jeito digital” dos negócios atuais. Isso tem demandado mais agilidade e diversidade; e também, líderes mais jovens.
As futuras organizações deverão estar buscando a capacitação dessa nova geração de líderes para transporem os limites das hierarquias tradicionais e se desenvolverem em uma rede de rápidas mudanças.
Como fazer isso? Uma forma é através da criação de “limites emergentes”, estruturas que iluminam a tomada de decisão à medida que o futuro emerge, relendo o que irá existir e o que não irá. Com isso, é possível alcançar um nível de liderança onde:
- as pessoas conseguem focar suas atenções nas coisas que importam mais;
- as conexões têm a capacidade de aumentar a energia e a motivação;
- os pensamentos individuais excluem tudo que estiver ligado a negatividade e a falta de cooperação; e
- a liderança de si mesmo consegue projetar a visão da organização.
O foco, desta forma, é entender que os líderes têm que estar absurdamente no comando de todos estes elementos, e eles devem ter controle sobre o que criam ou permitem existir, pois liderar empresas e equipes sem a percepção do futuro próximo pode ser mais difícil e demorado.
E para isso, as organizações devem estar preparadas e conscientes desse novo olhar, caso queiram se perpetuar nesse novo cenário que se avulta a frente. O capital humano foi, é e continuará sendo a mola propulsora da finalidade de qualquer organização, entendendo-se, na minha visão, organização como a composição ou estrutura regular das partes que constituem um ser vivo, para atingir determinada finalidade.
Com isso, qualquer organização que busque se inserir neste novo ambiente em constante mutação, determinando suas chances de produzir uma vantagem competitiva verdadeira, deve estar aberta a esses novos questionamentos.
Desta forma, faz-se necessário a preparação de líderes em todos os níveis da organização para que possam, em um contexto de complexidade, mudanças e incertezas, colocar a gestão como uma das mais importantes áreas de atividade humana, e de forma sinérgica, mover-se ao encontro de um propósito único que tenha por objetivos:
- modificação da linha de atuação, com foco em renovação e ajuste rápido;
- formação interdisciplinar e multifacetada em suas capacitações;
- gestão de Pessoas como uma preocupação estratégica prioritária; e
- cultuar valores humanistas, tais como a confiança, a liberdade e o respeito pelo indivíduo.
A profunda alteração anunciada, e que já se faz sentir, ainda que frequentemente não lhe concedem a atenção devida, abre para a gestão um mundo de novos e sempre mais complexos desafios. O futuro já está à nossa volta ainda que poucos tenham já se questionado sobre o que isto significa para o seu próprio trabalho e para a sua própria empresa.
É primordial reinventar a empresa, criando uma nova estrutura que ainda não somos capazes de definir: a empresa do amanhã.
Cel Villarinho, Diretor WV Inteligência Corporativa
Moving forward, a business positive attitude