Economia Colaborativa: a tendência que está mudando o mercado

Economia Colaborativa: a tendência que está mudando o mercado

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03.agosto.2018 | por: Administrador

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Economia Colaborativa: a tendência que está mudando o mercado

A nova organização da economia mundial facilita a troca de produtos e serviços, sem focar o lucro.
economia colaborativa (compartilhada ou em rede, como também é conhecida) é um movimento de concretização de uma nova percepção de mundo. Ela representa o entendimento de que, diante de problemas sociais e ambientais que se agravam cada vez mais, a divisão deve necessariamente substituir o acúmulo.
Trata-se, assim, de uma força que impacta a forma como vivemos e, principalmente, fazemos negócio.O tremendo sucesso de empresas que facilitam o compartilhamento e a troca de serviços e objetos é uma prova de como a adesão a essa tendência global está longe de atingir um ápice. Uber, Airbnb e tantas outras que o digam.

A vida compartilhada

Seja para poupar, seja para levantar alguma renda extra, hoje praticamente não há limites para o compartilhamento. O fotógrafo paranaense Gustavo Benke, mencionado nesta matéria da Exame, é exemplo disso.

Acostumado a receber na sua casa de Curitiba parentes, amigos e amigos de amigos, ele decidiu adotar o mesmo estilo de vida na casa que aluga em Florianópolis, onde estuda. A divisão do espaço traz benefícios para todo mundo: os hóspedes economizam com a estadia, a alimentação e tudo mais, e Gustavo recebe ajuda nas despesas. Ele também tem o hábito de trocar serviços fotográficos por bens ou serviços de que necessita.

Mas basta uma rápida pesquisa para você perceber que esse estilo de vida não tem nada de novo. De acordo com Tomás de Lara, cofundador da Engage e cofundador do Catarse, o fenômeno da economia colaborativa é ancestral: “Povos indígenas e comunidades já tinham isso de compartilhar, de acessar as coisas dos outros, de trocar”, explica ele nesta websérie.

A novidade é a forma massiva como o fenômeno passou a ocorrer em 2008 e 2009, graças aos avanços tecnológicos. “A partir de então, todo mundo, de forma muito rápida e quase que barata, pôde fazer transações e se geolocalizar, se encontrar e saber da melhor forma de se usar um recurso”, afirma.

Poder social sem precedentes

Desde então, a Internet 2.0 vem permitindo que a população global assuma um “poder social” como jamais havia acontecido antes. Graças à força da colaboração, transformações importantes ocorreram e vêm ocorrendo: novas empresas nasceram, outras grandes deixaram de existir e até ditadores foram removidos do poder.

Primavera Árabe é um exemplo disso. Assim como Gustavo Benke escolheu compartilhar sua casa, o egípcio Mahmoud Sharif resolveu se levantar contra o longevo e repressivo regime de Hosni Mubarak. Graças a uma imensa rede de compartilhamento, juntou-se a milhares de pessoas na Praça Tahrir, e os resultados são conhecidos.

Um furo na parede em vez de uma furadeira

Os exemplos acima ilustram o imensurável alcance da economia colaborativa, sem dúvida. Mas o tema aqui não é geopolítica. Queremos, antes, que você tenha ideia da importância do assunto e que consiga aproveitar as oportunidades oferecidas nesse novo contexto, no qual as pessoas “não precisam mais de uma furadeira, mas de um furo na parede”, como diz Tomás de Lara.

Neste artigo do portal Entrepreneur, o Venture Capitalist Tx Zhuo lista boas práticas que podem ajudar você a nadar de braçada na economia colaborativa:

  • Mantenha baixos os custos fixos: de acordo com Zhuo, com o tempo, a tecnologia derrubará os custos em geral. Isso significa que as empresas bem-sucedidas serão aquelas que organizarem melhor suas estruturas financeiras. Diminuir o número de funcionários permanentes e terceirizar atividades periféricas podem ajudar.
  • Em vez de reinventar a roda, procure-a em parceiros: Zhuo dá o exemplo da ChowNow, empresa norte-americana que oferece gerenciamento de pedidos online a restaurantes. Em vez de construir sua própria plataforma de delivery, a ChowNow desenvolveu uma parceria com a Uber para realizar as entregas, e os resultados têm sido ótimos.
  • Foque no relacionamento de longo prazo: Zhuo conta que, agora que as margens para compartilhamento são estreitas, as empresas precisam dar prioridade para relações duradouras com os clientes. Para isto, ele sugere proporcionar grandes experiências de consumo ao público.

Investindo em empresas que se complementam: o exemplo da Axial Holding

Por mais que os já mencionados Uber e Airbnb sejam exemplos de como essas boas práticas funcionam, ambos já foram objeto de muito estudo. Por isso, ao procurar por um case que represente o tema, preferimos abordar a questão a partir de outro viés: o offline. E por meio de um setor bastante competitivo de nosso país, o agronegócio.

Espécie de fundo de private equity focado em empresas e instituições do agronegócio orgânico, a Axial Holding tem um importante diferencial: o portfólio se autoalimenta, ou seja, as empresas investidas exercem atividades que se complementam, colaborando umas com as outras.

Por exemplo: na carteira da Axial está a Fazenda Tamanduá, de cultivo de produtos agrícolas e produção de pecuária orgânica. Caso precisem de microcrédito, os produtores podem recorrer a outra empresa investida, o Instituto Estrela, que dá empréstimos a pequenos empreendedores individuais que não têm acesso ao sistema bancário convencional.

E se for necessário promover o melhoramento genético da soja, os agricultores podem contar com a Naturalle, empresa voltada à pesquisa da soja, além de produtividade, adaptação regional e resistência a pragas e enfermidades. Ao investir em empresas que colaboram entre si, a Axial está contribuindo para reformular a cadeia produtiva do setor de orgânicos. E um dos mais significativos resultados desta filosofia é a Rio de Una, outra aposta do fundo.

A empresa atua no processamento (lavagem, corte, higienização e embalagem) de frutas, legumes e vegetais (tanto orgânicos quanto convencionais). A filosofia colaborativa está na essência dos processos, já que os mais de 120 pequenos agricultores familiares que compõem a base produtiva da Rio de Una recebem assistência técnica e têm a compra de sua produção garantida o ano todo.

Pela planta industrial da empresa passam mensalmente mais de 200 toneladas de hortaliças e legumes, que são transformados em saladas e atendem o mercado de varejo e foodservice em todo o Brasil. Ou seja, os princípios da economia colaborativa estão influenciando uma cadeia não só de produção, mas também de investimentos. É mais um sinal de que essa nova forma de fazer negócios (mais responsável e consciente) veio para ficar.

Prova disso também são as empresas que valem US$ 17 bilhões, os 60 mil funcionários que elas empregam e os US$ 15 bilhões que receberam de investimento (de acordo com este artigo da Forbes). E, a julgar pelo interesse do público em geral, esse bolo só tende a crescer. Que tal se preparar para pegar uma fatia?

Conteúdo produzido em parceria com a Endeavor Brasil

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